Alexandre Juliete Rosa, Anderson Vallerini,Cleber Alves Fabio,Danilo Sales do Nascimento França
Graduandos em Ciências Sociais – FFLCH-USP
Este texto tem a finalidade de apresentar os resultados da pesquisa etnográfica que vem sendo realizada nos cinemas pornôs na cidade de São Paulo.
Nosso objetivo foi, a princípio, observar a possível ocorrência de redes de sociabilidade entre os freqüentadores das salas de filmes pornôs do centro da cidade de São Paulo, tal como ocorria nos anos de 1940 a 1970, a “Era de Ouro” da antiga Cinelândia Paulistana (Almeida 2000). Boa parte dos antigos cinemas da região foram apropriados por uma categoria de pessoas que deles usufrui, hoje, como lugar para o exercício de formas específicas de sexualidade.
Adotamos o termo nativo “Cinemão” em referência aos cinemas pornôs por considerarmos que estes estabelecimentos, a partir da exibição de filmes pornográficos, constituem-se como “lugares de excitação” (conforme foram definidos por um informante) e, assim, podem ser considerados como estabelecimentos sui generis, diferenciando-se dos cinemas convencionais.
Para este estudo, realizamos um mapeamento dos cinemas situados na região que envolve a Praça da República, o Largo do Paissandu e a região conhecida como “Boca do Lixo”. A partir deste mapeamento, lançamos mão de conceitos e categorias da antropologia urbana para classificar e analisar nosso objeto.Entre eles as categorias “mancha”, “pórtico” e “circuito” (Magnani 2002).
Os cinemas pornôs do São Paulo nunca haviam sido estudados de forma sistemática, faltando-nos referenciais bibliográficos que nos servissem de base e com os quais pudéssemos debater. Por isso a importância da etnografia, na qual assumimos uma postura exploratória de aproximação com o campo, a partir da qual pudemos reconhecer os principais traços e questões que norteariam nossas pesquisas. Outro aspecto importante de nossa pesquisa foi a descoberta do potencial da Internet, principalmente da plataforma relacionamento Orkut, como ferramenta de pesquisas. A Orkut facilitou a aproximação com os freqüentadores dos cinemas pornôs, uma vez que eles participam de comunidades afins para discutirem a respeito de suas experiências nesses ambientes. Por meio dos espaços on-line chegamos aos off-line, estabelecendo a interação com esses freqüentadores e/ou conhecedores dos “cinemões”.
A comunidade da Orkut “Cinemões de São Paulo”, a principal delas, funciona como um guia ou centro de informações onde se trocam dicas sobre quais são os melhores cinemas do gênero, maneiras de se comportar neles, tipos de comportamento aceitos e os mal-vistos etc. Notamos a prevalência da opinião de certos membros, que chegam a fazer propaganda velada de determinados cinemas.
A mancha
Legenda:1 Cine República – Av. Ipiranga 752
2 Cine Paris – Av. Ipiranga 808
3 Cine Windsor – Av. Ipiranga 974
4 Cine Palácio das Diversões – Av. Rio Branco 425
5 Cine América – Av. Rio Branco 49
6 Cine Ponto Zen – Av. São João 1119
7 Cine Saci – Av. São João 285
8 Cine Las Vegas – Av. São João 431
9 Cine Art Palácio – Av. São João 419
10 Cine Hollywood/Roma – Av. São João 577
11 Cine Ouro – Largo do Paissandu s/n
12 Cine Arouche – Largo do Arouche 426
13 Cine Strong – Rua Amaral Gurgel 206
14 Cine Los Angeles – Rua Aurora 501
15 Cine Áurea – Rua Aurora 522
16 Cine Studio 706 (ou Cine G) – Rua Aurora 710
17 Cine Santana – Rua do Boticario 142
18 Cine Dom José – Rua Dom José de Barros 306
19 Cine Globo – Rua Ipiranga 955
20 Cine Planet – Rua Rego Freitas 56
21 Cine Cairo – Rua Formosa 401
O conceito de mancha é assim definido por Magnani:
“um aglomerado de estabelecimentos reconhecidos por seus freqüentadores como similares do ponto de vista dos serviços que oferecem e da sociabilidade que propiciam, e que apresentam uma implantação mais estável tanto na paisagem como no imaginário, constituindo pontos de referência, e que através da mancha pode-se referir a algo com formas e fronteiras difusas, com intervalos e respingos.” (Magnani, 2005)
A Avenida São João serve como eixo em torno do qual orbita a mancha dos cinemas pornôs (vide mapa acima), estendendo-se desde o Vale do Anhangabaú (Cine Cairo) até a Rua Amaral Gurgel (Cine Strong). Podemos, então, traçar duas concentrações: uma, mais espaçada, em torno do Largo do Arouche e outra, mais densa, nas cercanias do Largo do Paissandu. Entre elas temos como marco divisor, para o qual utilizamos o conceito de pórtico, um quarteirão ocupado por outros estabelecimentos e, principalmente, pela figuras controversas dos imigrantes nigerianos. O pórtico é definido como uma espécie de “terra de ninguém, lugar do perigo, preferido por figuras lineares e para a realização de rituais mágicos – muitas vezes lugares sombrios que é preciso cruzar rapidamente, sem olhar para os lados” (Magnani 2002).
Barbosa da Silva (1959) nos mostra que desde pelo menos a década de 1950 esta centralidade f era um reduto homossexual, chamada por ele de “base espacial do grupo homossexual”.
“A área compreendida pela Praça da República, avenida Vieira de Carvalho e Largo do Arouche tem se mantido como porção inexpugnável do circuito homossexual paulistano há varias décadas” que está inserida e articulada em um circuito homossexual em São Paulo, sendo esse circuito revelado pela “percepção, compartilhada por seus diversos freqüentadores, de que há similaridades e diferenças entre os serviços e equipamentos oferecidos por determinadas territorialidades (…) serviços similares ainda que com especificidades, em espaços descontínuos” (Simões e França, 2005).
O circuito dos cinemas pornôs e o circuito homossexual
Os freqüentadores dos cinemas pornôs costumam transitar por diversos outras salas do gênero, além dos da mancha, em outras centralidades da região metropolitana – como a região do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, e os centros de Osasco e Guarulhos. Isso nos revelou indicios da presença de um circuito de cinemas pornôs na região metropolitana de São Paulo Vimos, também, que esta mancha que encontramos faz parte de outro circuito, que podemos chamar de homossexual, muito maior, que envolve diversos outros ambientes: baladas, restaurantes, barezinhos, saunas, casas de shows de sexo ao vivo e strip tease (teatros), ruas de prostituição etc. Entretanto, argumentamos que os cinemas pornôs assumem um caráter marginal, mesmo dentro do circuito homossexual de São Paulo; não por atrairem muitos freqüentadores de fora do circuito homossexual, mas também pelo fato de não fazerem parte do mainstream do circuito homossexual de São Paulo. Tal como um informante desabafou ao relatar o senso comum no meio homossexual: “os que freqüentam os bares gays dos Jardins, como a Ultralounge, são bichas finas, e os que vêm aos cinemões são as bichas pegadeiras, as qua-quá”.
Segundo Simões e França, “bichas qua-quá” (ou “bichas poc-poc” ou “bichas um-real”) são “termos pejorativos, quase categorias de acusação, que pretendem designar o jovem homossexual mais pobre e efeminado, de comportamento espalhafatoso e menos sintonizado com linguagens e hábitos modernos de gosto, vestimenta e apresentação corporal” (Simões e França 2005).
Esboçando uma classificação dos cinemas
Descobrimos que alguns cinemas são marginais mesmo entre os freqüentadores (notadamente, entre a maioria gay), sendo alvo de críticas e opiniões preconceituosas, o que nos indica uma certa hierarquia entre os cinemas, da acordo com o volume de público, a localização e a presença de prostitutas e travestis. Isto demanda a construção de uma classificação dos cinemas. Para esta tarefa propomos a utilização da categoria “cinemão de pegação”, que são cinemas pornôs onde ocorrem práticas sexuais entre homens, ou seja, a “pegação”, nome pelo qual essas atividades são conhecidas no “mundo gay”. Usaremos a categoria “cinemão de pegação” em conjunto com outras duas categorias nativas: “cinemão de travas” e “cinemão de rachas”. Podemos, assim, distribuir os 21 cinemas da nossa mancha nessas três categorias.
Os “cinemas de rachas” são os cinemas onde ocorre a prostituição de mulheres (chamadas de “rachas” pelos gays, em referencia à vagina), atividade que afasta a presença dos freqüentadores interessados na “pegação”. Podemos dizer que a “pegação”, nesses cinemas, é zero ou quase zero. São eles: Cine Cairo (no Anhangabaú), Cine Ouro (no Largo do Paissandú), Cine Teatro Santana (na Rua do Boticário), Cine Globo (na esquina da Av. Ipiranga, com a Rua do Boticário), Cine Áurea, Cine Los Angeles (ambos na Rua Aurora).
Os “cinemas de travas” são estabelecimentos onde ocorre a prostituição de travestis. Ali, a possibilidade de “pegação” é maior, apesar do conflito – sempre latente e, às vezes, efetivo – entre os travestis e os gays à caça de homens, roubando a clientela dos travestis. Isto afasta boa parte dos interessados na “pegação”. Entre estes incluímos: Cine Art Palácio, Palácio das Diversões, Cine Hollywood/Roma e Cine América.
E por fim, “cinemas de pegação”, ou seja, cinemas de público completamente masculino (ou quase, pois travestis e mulheres são raríssimos) que têm como objetivo predominante a caça, a pegação e, muitas vezes, a socialização entre gays. Classificaremos como “cinemões de pegação”, entre os que estão na mancha, os seguintes: Cine República, Cine Paris, Cine Windsor, Cine Ponto Zen, Cine Saci, Cine Las Vegas, Cine Arouche, Cine Strong, Cine Studio 706 (ou Cine G), Cine Dom José, Cine Planet. Sabemos que mesmo entre estes, há uma certa hierarquia de cinemas dos mais badalados ou preferíveis – como o Zen, o República e o Saci –, para os menos – como o Las Vegas.
Devemos fazer a ressalva que “cinemão de pegação” não será encarado como uma categoria excludente, haja vista que mesmo os cinemas onde não registramos a ocorrência de pegação existe uma “potencialidade de pegação”, de maneira que podemos classificar os cinemas como maior ou menor “pegação”. E também há a possibilidade de se converterem em local de “pegação”, ou da “pegação” ocorrer esporadicamente neles.
A classificação que esboçamos aqui está embasada em dois referenciais: o tipo de público e suas respectivas práticas sexuais; e as opiniões expressas nas comunidades do Orkut.O questionamento desta classificação será importante uma forma de testar o alcance das opiniões expressas nas comunidades do Orkut como representativas do circuito de cinemas pornôs como um todo. Até porque as comunidades dos cinemas pornôs no Orkut podem ser qualificadas como comunidades gays (inclusive estão inscritas na categoria “Gays, Lésbicas e Bi”). Isso significa que as pessoas que as freqüentam são gays (ou pelo menos se assumem como tal no âmbito do Orkut ou dos Cinemões), trocam informações sobre os Cinemões ou sobre o circuito gay em geral, e opiniões a partir de um ponto de vista homossexual. Haja vista que todos os cinemas que não correspondam bem às expectativas dos freqüentadores são rechaçados, ou seja, se não tiver “pegação” não serve.Porém, devemos fazer a ressalva de que, apesar de serem gays, os membros das comunidade não fazem parte de um certo mainstream do “mundo gay”, o que pode ser exemplificado pelas constantes opiniões que desdenham de casas noturnas GLS mais sofisticadas, como a The Week ou a Ultralounge.
Por fim, alguns pontos devem ser enfatizados: primeiro, os Cinemas Pornôs não fazem parte do “mainstream” do “mundo gay”. Segundo, os Cinemões são freqüentados por gays e por não-gays. Terceiro, as comunidades do Orkut congregam uma parcela dos gays que freqüentam o circuito dos cinemas pornôs.
O Ambiente
A maioria dos cinemões são muito semelhantes entre si em termos de espaço físico. Possuem uma ou mais salas de exibição de filmes, além de vários ambientes que se repetem, como o bar, o hall, o dark-room (quarto escuro, ou com uma pequena fresta de iluminação, usado para práticas sexuais na maior parte anônimas).A primeira impressão assusta, pois trata-se de um ambiente sujo e degradado, com muita poluição visual. Paredes sujas e mal pintadas; em alguns nota-se a fiação elétrica exposta, algumas cadeiras quebradas e rasgadas, banheiros movimentados e sujos etc.
No caso dos cinemas 24 horas, por dificuldades na limpeza e higienização desses espaços (que é feita com o público presente), a poluição torna-se muito mais visível, com o chão sempre sujo, com lixo, camisinhas, bitucas de cigarro, fluídos corporais, e outras excrescências. Muitas cadeiras são quebradas para apropriação de mendigos que fazem de duas ou três cadeiras contíguas um leito.
O Cine Saci se destaca, podendo ser considerado paradigmático da maioria dos cinemas pornôs. Além de ser referência presente no discurso da maioria das pessoas com as quais conversamos, oferece quase que a totalidade dos serviços de um cine pornô, e congrega categorias muito diversificadas de pessoas. Destacamos também, como exceção, o Cine Ponto Zen, que difere dos outros cinemas pela aparência externa e interna mais clean. Em entrevista, um dos donos nos disse que se preocupa em proporcionar um ambiente limpo e agradável, para que seu cinema se torne, mais do que um cinema pornô, um ponto de encontro de um público discreto.
O Público e suas regras
A diversidade de freqüentadores é visível desde o primeiro olhar. Um espaço que congrega em seu interior tipos tão diferentes como “heteros curiosos, bichas pobres e bichas finas, jovens e coroas, michês malandros e aproveitadores de toda espécie” etc.
Dentro desse quadro, deve ser destacado que, no grupo de freqüentadores do cinemão, a grande maioria é o público gay. Embora este grupo não seja coeso e homogêneo em termos de orientações ou práticas da sexualidade, é ele quem dá o tom das normas e atividades relativas a esse cenário – principalmente da “caça” (como é chamado o flerte em busca de parceiros sexuais)–, e quem constrói o discurso em torno dos cinemas pornôs.
A movimentação no interior da sala de exibição é intensa. Muitos (principalmente os passivos) circulam nos corredores entre as fileiras de cadeiras para poder observar os presentes e escolher seu possível parceiro sexual. O Saci se apresentou como o cinema que mais congrega diferentes atores dentre aqueles que compõem nossa mancha, lugar onde conseguimos observar melhor algumas regras muitas vezes implícitas, como a discreta troca de olhar entre os possíveis parceiros, carregada de significados peculiares àquela cultura, como as piscadelas analisadas por Geertz.
Conforme nos contou um freqüentador do cinema, “Só de olhar um bofe eu consigo falar pra vocês se ele é ativo ou passivo”. A comunicação através do olhar – muito comum entre os homossexuais – pode ser entendida, neste caso, como um artifício de coqueteria, como nos mostra Simmel.
Simmel considera, também, que “[…] a questão erótica entre os sexos é de oferecimento e recusa” (1983, p.174), neste caso, uma cruzada de perna, por exemplo, colocada no contexto cultural do cinemão, significa o acionamento de uma rede de significados implícita naquele cenário, operando somente entre os atores que a conhecem e freqüentam. Com essa atitude mostra-se de uma forma elegante e discreta que não se está interessado em estabelecer este tipo de relação. Em contraposição a isso, temos a atitude de oferecimento que pode ser observada na extravagância do ato da masturbação que é feita na cadeira do cinemão, apresentando de forma explicita o órgão genital. Na mesma perspectiva, vimos que o fato de se deixar vaga a cadeira que está margeando o corredor e sentando na seguinte, mostra uma disposição para aceitar prováveis companhias.
O principal atrativo do cine pornô para muitos gays é a presença de “héteros másculos”. Uma observação que promove essa interpretação é o fato de as salas que exibem filmes homossexuais estarem sempre mais vazias em relação as que exibem filmes heterossexuais, pois os “héteros másculos” são atraídos por este último. No entanto, a descrição dos cinemas como simples «local de pegação gay» é redutora. Existem outras regras que acompanham os diversos outros públicos de freqüentadores que vão ao cinemão com outros propósitos e finalidades que não a “pegação” gay, apesar de esta ser uma especificidade que se destaca.
Notamos posturas diferentes nos “cines de rachas” e nos “cines de travas”, cada qual com certos detalhes no que diz respeito às regras e atores que freqüentam. Vimos que determinados atores e diversos outros elementos estruturais – o horário, o dia da semana, o preço, as condições de higiene e a própria disposição arquitetônica das salas – contribuem para o tipo de relação especifico que cada freqüentador deseja estabelecer, que podemos ou não chamar de sociabilidade. Podemos concluir das entrevistas e das idas a campo que há certa busca pela sociabilidade por parte dos freqüentadores. A satisfação desta busca, no entanto, depende de muitas circunstâncias e tende a variar conforme as condições proporcionadas pelo local. Porém, esta interação, quando ocorre, é de proporções bem menores do que supúnhamos e se dá em lugares específicos dos cinemas, principalmente nos bares, e nos saguões de entrada.
Considerações Finais
Cada etnografia que fizemos nos mostrou uma certa peculiaridade em cada um dos cinemas, que existem realmente diferentes públicos, diferentes poderes aquisitivos e diferentes práticas no interior destes espaços. Constatamos que os Cinemões oferecem diversos serviços e arranjos que podem ou não serem gerais. O filme, por exemplo, é um serviço geral – mas varia, havendo cinemas com filmes homossexuais, heterossexuais ou cinemas com ambos os tipos. Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, não é necessariamente a exibição de pornôs gays que atraem o público homossexual. Nossa etnografia mostra que os Cinemões com filmes heterossexuais fazem grande sucesso justamente porque atraem um público não-gay (ou não declaradamente gay), de homens com uma performance máscula, ou “jeito de macho” (Cf. Oliveira 2006).
Nossa pesquisa mostrou também que os cinemas pornôs apresentam uma multiplicidade e uma complexidade de atores e práticas muito maior que a mera definição “lugar de pegação gay impessoal”, que estes meses de trabalho de campo não foram capazes de esgotar. Resta ainda uma grande quantidade de questões em aberto, de contatos a serem realizados e de temas a serem aprofundados. Ainda não temos dados esclarecedores do porquê exatamente da pornografia ser adotada como estratégia de sobrevivência para os estabelecimentos e de como se deu esse processo. Outro tema que merece uma abordagem mais aprofundada é a questão de como funcionam as identidades sexuais no interior dos cinemas pornôs.E, por fim,, deveremos atentar para o papel da pornografia na criação de um “lugar de excitação”, no qual os expectadores não se restringem a este papel, tornando-se, eles também, atores.
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