Inicialmente o NAU era composto apenas por pós-graduandos e o que se propunha era estimular um debate que permitisse transcender o caráter demasiadamente individualizado da orientação e da atividade de pesquisa com vistas à dissertação ou tese.
Tendo em vista, porém, o interesse cada vez maior que a área da Antropologia Urbana vinha despertando entre alunos de graduação, foram convidados alguns dos estudantes que haviam cursado a disciplina «A pesquisa antropológica no contexto urbano» no curso de Ciências Sociais da FFLCH da USP.
A experiência de colocar em torno da mesma mesa alunos com objetos de estudo variados e, principalmente, em diferentes etapas de pesquisa, revelou-se sumamente enriquecedora por estabelecer um sistema de trocas cujos frutos transcendem a esfera da discussão acadêmica: a inevitável insegurança que acompanha os primeiros passos da pesquisa passa a ser relativizada, tendo-se em vista o caminho já percorrido por colegas em fases mais adiantadas.
A primeira fase do NAU teve como elemento catalisador o projeto por mim apresentado ao CNPq Os pedaços da cidade, que motivou idas coletivas a campo e reflexão sobre o material recolhido – atividades que inevitavelmente redundavam em contribuições para a pesquisa individual de cada um dos participantes.
Posteriormente, o NAU passou por um período mais de discussão: «Os significados da festa – abordagens antropológicas clássicas«; «A Escola de Chicago«; «O lazer: perspectivas atuais» ; «Antropologia como crítica cultural: os pós-modernos» e «Patrimônio cultural» foram alguns dos temas debatidos.
A aprovação de novo projeto tornou a lançar o NAU na pesquisa de campo; a partir daí sua dinâmica combinou encontros de discussão e atividades de pesquisa. A primeira edição da coletânea Na metrópole: textos de Antropologia urbana (Edusp, 1996) e algumas exposições – “Um olhar antropológico do lazer: Bixiga e esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação” (1992) e “Esotéricos na cidade: trajetória de uma pesquisa” (1994) – constituíram as primeiras mostras das pesquisas realizadas por seus membros.